Crise política no Irã

24/06/2011 12:43

 Irã está longe de ser uma ditadura como prega o Ocidente

Mohamad Sharif Malekzadeh, um dos principais assessores do presidente Ahmadinejad do Irã, foi preso ontem, 23 de junho, abrindo uma crise entre o chefe do poder executivo e a autoridade máxima religiosa, aiatolá Ali Khamenei. Malekzadeh foi acusado de fraudes financeira, alem de encontrar forte oposição do Majlis, parlamento iraniano.  O Irã após a revolução islâmica de 1979 tornou-se um governo do qual o clero tem ascendência ao poder secular do presidente. Embora o presidente seja religioso, não ocupa cargo na administração religiosa do pais.

Quando o presidente Ahmadinejad venceu as eleições o Ocidente se apressou a apoiar os opositores que acusavam-no de cometer fraudes eleitorais. Ahmadinejad nunca foi o candidato apoiado por Khamenei, entretanto após investigações, o aiatolá garantiu a posse do presidente eleito, respeitando assim as regras democráticas de seu país. As autoridades religiosas iraniana sabem que Ahmadinejad pertence a um grupo de novos políticos que deseja retirar o poder supremo do clero o qual o executivo é subordinado comprometendo assim os valores da revolução islâmica. Todavia não podemos afirmar que o Irã seja um regime teocrático, pois segundo o Corão, " nenhum ser humano pode se intitular representante de Deus." Este foi o argumento dos regimes teocráticos absolutistas da Europa onde o rei governava por direito divino. O que temos hoje no Irã é uma mistura de califado, nacionalismo e republicanismo secular.

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