Por que a "Primavera Árabe" não chega a Síria?

30/12/2011 17:31

 

 

A Irmandade Muçulmana surgiu da fragmentação do Império Otomano em 1924. O sionismo passou a ser considerado um movimento intruso as aspirações de um Estado único Árabe. A medida que formava-se na Europa uma identidade nacional que motivou governos como: Salazar (Portugal); Franco (Espanha); Mussolini (Itália) e até Getúlio Vargas (Brasil). Esta ideia de Estado Nacional também chegou aos países árabes e a Síria foi um dos seus patrocinadores.

A Irmandade Muçulmana (Al Ikhwan al-Muslimun) foi fundada por Hassan Al-Banna e alguns estudantes, no Cairo. Um dos seus itens de fundação prevê a restauração do califado turco de 1924 que se chama Umma (comunidade muçulmana). O partido Baath tornou-se o braço político da irmandade, com forte presença no Iraque, Egito e Síria. Sadan Hussem e Hafez Assad (Síria) pertenciam ao partido. Na Síria o partido Baath passou a se chamar Partido Nacional Socialista Sírio e aproximou-se da URSS.

Hafez Assad (pai de Bashar al Assad), pertencia a minoria alauíta,10% da população, governou distribuindo o poder entre os membros de sua seita. Bashar al Assad tirou poder de alguns alauítas, que não confiava, e transferiu a amigos de confiança independente de sua formação religiosa, O Exército e o serviço de segurança estão ao lado do presidente.

A maioria síria é sunita, a família real é alauíta, cristãos , drusos e xiitas são minorias e o governo se aproveita disso. Cristãos teem liberdade religiosa e todos temem pela mudança de poder. O governo se alimenta deste medo.

No quadro internacional: A Síria faz fronteira com Líbano; Turquia; Iraque; Jordânia e Israel. Israel já invadiu o Líbano, Síria e a Jordânia (hoje Cisjordânia). Mantem todos eles sob rígida observação. No Egito perdeu seu aliado ex-presidente Mubarak, tem relações delicadas com a Turquia depois da invasão do navio de ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Desta forma não pode arriscar perder o controle que exerce na Síria de Bashar al Assad. Numa eventual troca de governo na Síria, Israel e Estados Unidos podem considerar um desequilíbrio de forças que atuam no Oriente Médio.

Segundo o professor Paulo  Gabriel Hilu em palestra proferida na Casa Rui Barbosa. Rio de Janeiro,  regime Baahtista segue uma linha soviética. No anos 70 este perfil muda e passa a ser majoritariamente por profissionais liberais saindo a referencia do campo e abandona a revolucionária soviética, abordagem corporativista da sociedade e faz com que as demandas do regime político seja desmantelada.

A religiosidade cresce. O estado sírio não tem uma religião oficial é secular , mas o presidente tem que ser muçulmano. O governo de Hafez Assad era mais distribuído que o do seu sucessor Bashar Al Assad. O regime passa a ser totalmente tutelado por Assad.

Assad promove algumas modernizações na Síria. Alguma liberdade política entre 2000 e 2001. Este debate não atinge a classe media urbana ficando restrita ao seus criadores. A corrupção passa ser instalada a partir dos processos de privatização.

A revolta na Síria tem como base as classes rurais e as trabalhadoras. Explosão dos problemas locais. AS crianças na Síria são simbolicamente muito valorizada. Ao prenderem os jovens foi uma ofensa a cultura pois sabe-se que uma vez preso serão fatalmente torturados. O espaço público são ocupados e as mesquitas são uma desatas partes. Os problemas que dão origem a cada região são específicos daquela região não há uma coordenação horizontal entre as cidades e as razões.

A barbárie está relacionada a imposição do governo ou se está seguindo a ordem jurídica do Corão que diz que não existe pena que se possa cumprir em prisões e a intenção é mesmo assustar para não se repetir.

 

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